06/11/2018

Brasil bate recorde de importação de azeites com 76.816 toneladas

Segundo o último boletim do COI (Conselho Oleícola Internacional), no ano agrícola de 2017/18, que se encerrou em outubro passado, o Brasil teve o mais significativo aumento de importação de azeites no mundo com 28% de crescimento, proporcionalmente ao ano anterior, com um volume total de 76.816 toneladas, superando ainda a média de importação dos últimos 4 anos.  O recorde anterior foi no ano de 2013/14, com cerca de 73.000 toneladas, momento em que o país consolidou a segunda posição como maior importador mundial de azeites fora da União Européia, perdendo apenas para os Estados Unidos, cujo volume importado supera 300.000 toneladas.

Dentre as relevantes informações que constam no boletim está o crescimento da participação de Portugal, provedor histórico de azeites para o Brasil, que mantém-se como líder do mercado tanto em valores absolutos como relativos e aumenta sua cota de participação em 5% em relação ao período anterior, totalizando 59% do mercado, seguido da Espanha (16%), Argentina  (10%), Chile (7%), Italia (6%) e Grécia (1%), sendo o 1% restante dividido entre países como Marrocos, Tunísia, Peru e Uruguai. 

Nos últimos 20 anos, o crescimento do consumo, apesar da queda de 2015/16 devido à crise econômica e ao maior rigor da fiscalização, aponta para uma consolidação que caracteriza novos hábitos alimentares com maior uso do azeite, desde preparos culinários às finalizações.

A notícia é auspiciosa, tanto para o produtor do azeite brasileiro como para o importador que testemunham um mercado consumidor crescente e sensivelmente mais educado, do ponto de vista da qualidade do produto.  Como reiteradamente comentado neste blog, o processo educacional em curso no país tem capacitado o brasileiro a discernir melhor sobre os atributos sensoriais que caracterizam a qualidade do azeite, fazendo-o escolher o rótulo e a categoria de acordo com o uso.

Ainda há muito por fazer, é claro, mal ultrapassamos o consumo per capita de 400 ml/ano, o que configura a pequena universalização do alimento no país, mas é sensível a evolução tanto do volume quanto da qualidade, apontando para um gigantesco potencial.

Como azeitólogo, docente e consultor em gastronomia, percebo as infinitas possibilidades de uso dos azeites em nossa culinária e posso afirmar que não é modismo nem consumo passageiro, mas sim uma mudança cultural que acompanha a evolução da produção desse importante alimento que se reinventou com novas tecnologias de colheita e extração.  Azeites extra virgens podem nos proporcionar uma diversidade sensorial nunca experimentada, cujo valor nutricional estudado indica inúmeros benefícios à saúde, uma boa parte ainda em pesquisa, portanto mais do que nunca #azeitarépreciso !
                                                                                              Fonte: Conselho Oleícola Internacional