O índice de crescimento da ordem de 22% registrado no mercado brasileiro para o consumo de azeites no ano de 2011 é número fornecido pelo COI (Conselho Oleícola Internacional) e reflete o que estamos testemunhando há cerca de sete anos. O crescente interesse da sociedade brasileira é perceptível na quantidade de publicações, reportagens, comentários em redes sociais, cursos, degustações e... a própria Instrução Normativa nº I de 30 de janeiro de 2012, supostamente em vigor desde 01 de setembro último.
São características dos primeiros passos no consumo de um ingrediente que, não só insere novas percepções sensoriais, como enriquece nutricionalmente a dieta brasileira, agindo na prevenção de inúmeras doenças se corretamente utilizado (sempre enfatizarei isso!).
Comoditie valiosa, seu comércio está tradicionalmente vinculado a fraudes desde a antiguidade e, consequentemente, regular seu mercado não é tarefa fácil.
O Brasil, possuindo uma linha ascendente de consumo, crescente aumento da fronteira agrícola para o cultivo da oliveira e comercializando produção própria há apenas um ano, tem um mercado em dinâmica transformação e forte expansão onde a qualidade começa a se tornar uma exigência do consumidor e meta principal dos produtores mais sérios.
A Instrução Normativa está suspensa, seguramente será revista e poderá ser revogada. Vários artigos que a compõem não podem ser cumpridos no que concerne a certificação de conformidades e, portanto, não está válida.
O fato não assusta nem surpreende, dada a incipiência do mercado brasileiro e de nossa própria produção, somos evidentemente principiantes.
Fica evidente, pela quantidade de novos rótulos disponíveis e o pouco conhecimento do consumidor, que o caminho do aprendizado é longo e seguramente encontraremos aquele, onde faremos nossas escolhas com discernimento apropriado e, tendo como referência atributos de qualidade, aprenderemos a dar uso a cada tipo de azeite.
A trajetória da inserção do vinho em nossa cultura nos últimos 30 anos é um paralelo inevitável e prova concreta dessa evolução natural incessante.
O caminho está traçado! Extra Virgens de qualidade e de excelência terão
cada vez mais lugar em nossas prateleiras e os produtores brasileiros podem crescer com conhecimento próprio, pois há instituições sérias que disponibilizam resultados de pesquisas para a cultura da oliveira, difundida nas regiões sul e sudeste do país com razoável rapidez.
A EPAMIG, pioneira em pesquisas agronômicas no setor lançou um livro entitulado "OLIVEIRA NO BRASIL tecnologias de produção", tendo como editor técnico o agrônomo e pesquisador Adelson Francisco de Oliveira. A obra, de grande importância no atual cenário, se ainda não se tornou, seguramente se tornará uma referência da difusão dessa rica cultura.
O conhecimento se acumula e as experiências também, seja no campo, na comercialização ou no consumo, há uma inesgotável e rica troca de informações.
Da raíz no campo ao seu fruto e óleo sagrado, a oliveira continua a manter uma "aura" de místico e misterioso. Por sua longa presença na Terra é símbolo de longevidade, a ancestralidade de seu DNA e sua cultura provocam sentimentos apaixonados há séculos.
Milenarmente sorvemos seu sumo, coroamos com suas ramas os vitoriosos, de sua madeira fizemos os cetros dos reis e hoje redescobrimos seu valor...
Remédio e unguento, não tenhamos dúvidas, sua origem embrenha-se com a história da humanidade e das religiões, sua composição e riqueza seguramente transcendem o físico, falam aos deuses e nos dizem a razão de tantas disputas. É símbolo da paz, paradoxo do homem!
Remédio e unguento, não tenhamos dúvidas, sua origem embrenha-se com a história da humanidade e das religiões, sua composição e riqueza seguramente transcendem o físico, falam aos deuses e nos dizem a razão de tantas disputas. É símbolo da paz, paradoxo do homem!
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