O enorme prazer que os aromas e sabores de um bom azeite portam aos que dele sabem fazer uso é diretamente proporcional ao seu grande valor nutricional e os consequentes benefícios à saúde de quem o consome.
Um dos maiores símbolos do uso cotidiano do valoroso fio de ouro é a tradicional dieta Mediterrânea que, baseada nas tradições alimentares da Ilha de Creta e do Sul da Itália não foi criada como uma fórmula de modelo alimentar a ser seguida, mas representa uma filosofia de vida dos povos daquela região e cuja proporção de gordura monoinstaurada presente em sua pirâmide alimentar chamou a atenção do cientista norte-americano Ancel Keys que nos anos 50 a tornou mundialmente famosa.
Keys comprovou com suas pesquisas a grande importância da ingestão
dessas gorduras baseando seus estudos nos hábitos alimentares dos povos do Mediterrâneo.
Na famosa pirâmide aqui representada encontramos grãos, frutas, vegetais, legumes e azeite de oliva como seus principais componentes.
A partir desse dados é possível transcorrer facilmente sobre algumas informações concernentes ao valor nutricional e os benefícios à saúde que um bom azeite proporciona e vale repetir, UM BOM AZEITE. Iniciarei falando de dois relevantes efeitos, pois urge esclarecer o quão importante pode ser a introdução do consumo de azeite regularmente em nossa dieta, bem como seus efeitos imediatos e duradouros:
- O azeite e a obesidade: a obesidade no mundo ocidental já é considerada uma pandemia. Hoje nas grandes cidades, as pessoas adotam um vida sedentária e estressante. Mais da metade da população dos países industrializados estão acima do peso e como consequência cresce vertiginosamente o número de hipertensos, diabéticos e doentes cardíacos. O azeite de oliva extra virgem é um alimento funcional de grande valor biológico. Como todo tipo de gordura é rico em calorias (9 kcal/grama) o que faz com que todos pensem que contribui para a obesidade. No entanto, experiências mostram que entre os povos do Mediterrâneo há menor percentual de obesos pelo maior consumo de azeites, pois sua ingestão regular ajuda no equilíbrio do metabolismo do corpo. Tem sido demonstrado que dietas ricas em consumo de azeite são líderes na consistência e na duração da perda de peso e são bem aceitas sensorialmente, estimulando o consumo de legumes e vegetais.
- O azeite e o envelhecimento: azeite extra virgem é rico em vários anti-oxidantes (vitamina E, polifenóis...) que tem a importante função de combater os radicais livres, moléculas envolvidas no surgimento de doenças crônicas e envelhecimento, motivo pelo qual é responsável pelo aumento da expectativa de vida, já demonstrado em uma série de estudos epidemiológicos. Muitas doenças do envelhecimento, em particular a osteoporose e a deterioração das funções cognitivas podem ser previnidas por uma dieta rica em azeites. Maior é o consumo de extra virgens, maior é o efeito de calcificação óssea e melhor sua mineralização, pois muito contribui para a absorção do cálcio.
Exatamente a quantidade de azeite que deve ser consumido para essas prevenções é incerto. No entanto é sabido que os efeitos ocorrem devido ao percentual de gordura monoinsaturada, principal componente do azeite (de 55 a 85%).
Portanto, não vamos medir esforços... Ainda poderia discorrer aqui sobre inúmeros outros benefícios como a prevenção à doenças cardio-vasculares, à diabetes, a determinados tipos de cancer, ao aumento do sistema imunológico, à gravidez, à nutrição infantial, mas temo que o artigo ficaria longo e muito medicinal. O que temos de concreto é que o azeite é um alimento ancestral, cuja origem remonta há pelo menos 8.000 anos e seu uso mais evidente nos primórdios da civilização era para fins medicinais. Sendo assim, tantos séculos de experiência, se uma vez esquecido, há de ser sempre resgatado.
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