Serra da Mantiqueira, Serra da Bocaina, Visconde de Mauá, Caçapava do Sul, Cachoeiras do Sul, Santana do Livramento, os terroirs vão surgindo Brasil afora... Ano após ano, a generosa olea europea se adapta ao clima subtropical e temperado e, com sua sábia ancestralidade, começa a nos transmitir aromas e sabores milenares contidos em nossa terra e traduzidos na seiva das azeitonas aqui crescidas.
Foi em 29 de fevereiro de 2008 o registro oficial da extração do primeiro azeite de oliva no país, ocorrido nas instalações do Núcleo Tecnológico de Azeite e Azeitona da EPAMIG, respeitada instituição de pesquisa agrícola do governo de Minas Gerais, cuja unidade no município de Maria da Fé é pioneira em estudos que visam implementar e incrementar o cultivo da oliveira em diversas regiões brasileiras, principalmente nos Contrafortes da Serra da Mantiqueira.
(vide artigo neste blog - www.estilogourmetazeite.blogspot.com.br/2012_03_01_archive.html).
Nos últimos 6 anos um enorme esforço tem sido realizado na elaboração deste importante alimento funcional, cujo consumo no Brasil cresce cerca de 10% ao ano, tornando nosso mercado extremamente promissor e atraente para o mundo olivicultor.
A Olivas do Sul Agroindústria, do produtor José Aued, iniciou suas atividades em 2006, no município de Cachoeiras do Sul/RS, com a implementação de um pomar de 12 hectares. A empresa foi a primeira a elaborar um azeite extra virgem no país em escala comercial, alcançando hoje uma boa reputação por sua qualidade sensorial em seus dois monovarietais, Arbequina e Arbosana. Passados 8 anos sua área de cultivo cresceu 50%, bem como o número de municípios produtores. A 120 km de distância dali, na pequena Caçapava do Sul, está o pioneiríssimo produtor brasileiro Guajará de Oliveira que com sua esposa Olvânia cuidam apaixonadamente da Chácara Cerro dos Olivais com o maior banco de variedades do estado, onde encontram-se 14 tipos catalogados. Este ano, na safra recém encerrada, sua produção alcançou a marca de 1500 litros das variedades Arbequina, Koroneiki, Arbosana e Picual, compondo azeites monovarietais e blends especiais. Tive o prazer de degustar o monovarietal arbequina com ótimas características de frutado maduro e boa personalidade.
Bem próximo desta região, na fronteira com o Uruguai, os produtores Sibele e Fernando Rotondo iniciaram o cultivo da oliveira em 2008 e na safra de 2014 começarão a comercializar seus monovarietais Arbequina e Arbosana. Pude degustar o varietal Arbequina, com perceptíveis notas de frutado maduro, banana e frutas maduras, o que já me faz ousar reconhecer as características do terroir gaúcho.
Pulamos para a região Sudeste, no sul de Minas Gerais, entre altitudes de 1200 a 1600 metros, na Serra da Mantiqueira. Sob a supervisão técnica da EPAMIG, inúmeros produtores iniciaram experiências, cujos resultados tem sido bastante promissores. Dentre eles, uma pequena associação reune produtores da Fazenda Santo Antonio do Bugre e da Fazenda São José no município de São Bento do Sapucaí e juntos lançarão a marca OLIQ de azeites extra virgens. Em diferentes pomares, cujo primeiro cultivo foi iniciado em 2003, das variedades Arbequina, Grappolo, Maria da Fé, Koroneiki e Ascolana, Antonio Batista, Cristina Vincentin e Vera Masagão estão elaborando monovarietais de boa qualidade. Tenho tido um grande prazer de acompanhar a produção desde a safra anterior, que já apresentara excelentes resultados e este ano, convidado por eles, colaboro para o lançamento da marca, degustando desde fevereiro todas as amostras e descrevendo suas características sensoriais. Serão diferentes rótulos da marca OLIQ, inclusive blends com predominância de Grappolo e Arbequina. Tendo como principal compromisso a transparência e a qualidade, a Mantiqueira se firmará com produções artesanais e de qualidade.
(vide artigo neste blog - www.estilogourmetazeite.blogspot.com.br/2012_03_01_archive.html).
Nos últimos 6 anos um enorme esforço tem sido realizado na elaboração deste importante alimento funcional, cujo consumo no Brasil cresce cerca de 10% ao ano, tornando nosso mercado extremamente promissor e atraente para o mundo olivicultor.
A Olivas do Sul Agroindústria, do produtor José Aued, iniciou suas atividades em 2006, no município de Cachoeiras do Sul/RS, com a implementação de um pomar de 12 hectares. A empresa foi a primeira a elaborar um azeite extra virgem no país em escala comercial, alcançando hoje uma boa reputação por sua qualidade sensorial em seus dois monovarietais, Arbequina e Arbosana. Passados 8 anos sua área de cultivo cresceu 50%, bem como o número de municípios produtores. A 120 km de distância dali, na pequena Caçapava do Sul, está o pioneiríssimo produtor brasileiro Guajará de Oliveira que com sua esposa Olvânia cuidam apaixonadamente da Chácara Cerro dos Olivais com o maior banco de variedades do estado, onde encontram-se 14 tipos catalogados. Este ano, na safra recém encerrada, sua produção alcançou a marca de 1500 litros das variedades Arbequina, Koroneiki, Arbosana e Picual, compondo azeites monovarietais e blends especiais. Tive o prazer de degustar o monovarietal arbequina com ótimas características de frutado maduro e boa personalidade.
Bem próximo desta região, na fronteira com o Uruguai, os produtores Sibele e Fernando Rotondo iniciaram o cultivo da oliveira em 2008 e na safra de 2014 começarão a comercializar seus monovarietais Arbequina e Arbosana. Pude degustar o varietal Arbequina, com perceptíveis notas de frutado maduro, banana e frutas maduras, o que já me faz ousar reconhecer as características do terroir gaúcho.
Pulamos para a região Sudeste, no sul de Minas Gerais, entre altitudes de 1200 a 1600 metros, na Serra da Mantiqueira. Sob a supervisão técnica da EPAMIG, inúmeros produtores iniciaram experiências, cujos resultados tem sido bastante promissores. Dentre eles, uma pequena associação reune produtores da Fazenda Santo Antonio do Bugre e da Fazenda São José no município de São Bento do Sapucaí e juntos lançarão a marca OLIQ de azeites extra virgens. Em diferentes pomares, cujo primeiro cultivo foi iniciado em 2003, das variedades Arbequina, Grappolo, Maria da Fé, Koroneiki e Ascolana, Antonio Batista, Cristina Vincentin e Vera Masagão estão elaborando monovarietais de boa qualidade. Tenho tido um grande prazer de acompanhar a produção desde a safra anterior, que já apresentara excelentes resultados e este ano, convidado por eles, colaboro para o lançamento da marca, degustando desde fevereiro todas as amostras e descrevendo suas características sensoriais. Serão diferentes rótulos da marca OLIQ, inclusive blends com predominância de Grappolo e Arbequina. Tendo como principal compromisso a transparência e a qualidade, a Mantiqueira se firmará com produções artesanais e de qualidade.
A poucos quilômetros dali, no Estado de São Paulo, a
1200 metros na Serra da Bocaina, em meio a Mata Atlântica, de onde pode-se
avistar o mar, o produtor Anibal Cury
realiza seus experimentos desde 2006 e rotulou sua primeira safra em 2012 com o
nome provisório de Azeite da Serra da Bocaina, um monovarietal Arbequina que
foi apresentado oficialmente no Banquete da Roça, realização dos Ecochefs
Maniva por ocasião da RIO + 20 em junho de 2012, evento paralelo ao encontro de
chefes de estado no Rio de Janeiro. Uma
produção de 200 litros, com características de frutado maduro leve com notas
herbáceas e de fruta madura, o primeiro extra virgem paulista encantou a todos,
inclusive o vice governador do estado e sua esposa, presentes ao banquete. (Vide postagem neste blog em julho/2012).
Nesta safra, assim como na de 2013, devido a fenômenos climáticos, sua produção
foi bem menor, mas as características sensoriais das variedades Grappolo e
Arbequina apresentaram excelentes características e podemos concluir que os azeites
paulistas, da mesma forma, apontam para um horizonte com muito boas perspectivas.
Reunindo esses distintos terroirs brasileiros, a convite da Universidade La Salle em
Niterói, durante a Semana do Alimento Brasileiro no início deste mês de maio,
tive a oportunidade de palestrar sobre a produção no país e apresentar amostras
de todos os azeites aqui falados para uma platéia de 40 pessoas que se
reuniu com muita curiosidade para ouvir sobre a viscejante produção
brasileira.
Persistência, paciência, pesquisa, estudo,
conhecimento, sabedoria, amor, dedicação, além dos investimentos financeiros, todos são
pré requisitos para o cultivo desta árvore milenar. Gosto de dizer que o óleo essencial
de seus frutos traduz segredos ancestrais da terra e para senti-los e descobri-los, basta se deixar conduzir pelo fio dourado
e pelas maravilhosas harmonizações que este precioso alimento funcional pode
nos proporcionar.
Visconde de Mauá no Estado do Rio de Janeiro em breve entrará para o rol dos municípios produtores.
Avante Brasil! Queiram os italianos, espanhóis e portugueses ou não, a bola vai rolar!
Visconde de Mauá no Estado do Rio de Janeiro em breve entrará para o rol dos municípios produtores.
Avante Brasil! Queiram os italianos, espanhóis e portugueses ou não, a bola vai rolar!
Adorei o post sobre azeites brasileiros. Foi você mesmo que tinha dito algo sobre isso no Cervantes em outra degustação de azeites. E nesta última você estava ao meu lado! Curti!
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